A Marcha do Orgulho LGBTI+ do Porto, ou MOP, é uma ação anual reivindicativa construída pelo trabalho de pessoas e organizações voluntárias. Na sua natureza política e interseccional, a MOP traz atenção para as questões LGBTI+ e outras necessidades sociais.
Surgiu em 2006 como resposta ao assassinato de Gisberta Salce, mulher trans imigrante, às mão de mais duma dezena de adolescentes e que acordou a cidade para a transfobia existente. Cumpre-se em 2025 pela 20ª vez, sendo o movimento queer mais expressivo no norte do país e tendo já registado mais de 20.000 participantes.
Tradicionalmente o desfile tem início da Praça da República, passando pela icónica Rua de Santa Catarina e terminando na Avenida dos Aliados ou, recentemente, na Cordoaria.
Listagem das manifestações
1ª 08/07/2006
Um presente sem violência, um futuro sem diferença.
2ª 07/07/2007
Queremos igualdade, exigimos oportunidades.
3ª 12/07/2008
Igualdade é essencial. Educar é fundamental.
4ª 11/07/2009
Na felicidade e na dor, o que faz as famílias é o amor.
5ª 10/07/2010
Existimos, direitos exigimos.
6ª 09/07/2011
Rejeita a austeridade, abraça a igualdade.
7ª 06/07/2012
Transexualidade não é doença.
8ª 06/07/2013
Dão-nos luta ao corpo, nós damos o corpo à luta.
9ª 28/06/2014
Com os filhos pela mão, a lutar pela adoção.
10ª 04/07/2015
Violência de Género: está na cara que não dá.
11ª 02/07/2016
Transfobia Mata.
12ª 01/07/2017
Resistindo à Opressão.
13ª 07/07/2018
Desacomoda-te e traz a tua luta também.
14ª 06/07/2019
O Porto não se rende. O Orgulho não se vende.
15ª 04/07/2020
15 Anos em Marcha.
16ª 03/07/2021
Orgulho na Minha Rua.
17ª 25/06/2022
Contra a Opressão, Orgulho é Revolução.
18ª 08/07/2023
Não há cura para a minha existência, só orgulho e resistência.
19ª 29/06/2024
De cravo na mão, somos liberdade e revolução.
História
Caso de Gisberta Salce
Gisberta Salce foi uma mulher trans brasileira que emigrou para Portugal, vivendo nas ruas do Porto. Em 2006, sua morte violenta causou grande comoção pública. Gisberta foi brutalmente atacada por um grupo de jovens, alguns dos quais menores de idade, sendo torturada e deixada para morrer em um poço. Este caso horrível destacou a violência e discriminação enfrentada pelas pessoas trans e trouxe à tona a necessidade urgente de políticas públicas que protegessem os direitos das pessoas LGBTI+ em Portugal.
Génese da Marcha do Orgulho LGBTI+ do Porto
A primeira Marcha do Orgulho do Porto ocorreu em 2006, poucos meses após a morte de Gisberta. Este evento representou um marco importante para o movimento LGBTI+ na cidade, reunindo ativistas, membros da comunidade e aliados em um protesto pacífico que buscava aumentar a visibilidade e os direitos das pessoas LGBTI+ .
Desde então, a marcha tem ocorrido anualmente, crescendo em tamanho e impacto. Ela serve não só como uma celebração do orgulho e da diversidade, mas também como um lembrete das lutas contínuas por igualdade e justiça. Cada edição da marcha aborda diferentes temas, refletindo as preocupações atuais da comunidade, desde os direitos das pessoas trans até o combate à discriminação e violência .
A história da marcha LGBTI+ do Porto é, portanto, uma narrativa de resistência, memória e esperança. Desde o caso trágico de Gisberta, que trouxe à luz a urgência dos direitos trans, até as vibrantes e crescentes marchas anuais, o Porto tornou-se um símbolo de ativismo e progresso em Portugal. A cidade, através de seus ativistas e aliados, continua a lutar por um futuro onde todos possam viver com dignidade, respeito e igualdade.
Cartazes das edições
2006
2007
2008
2009
2010
2006
2007
2008
2009
2010
A Comissão Organizadora da Marcha LGBTI+ do Porto (COMOP) é o grupo responsável por planear, coordenar e executar a Marcha LGBTI+ que acontece anualmente no concelho. A Comissão é composta por mais de 20 entidades da sociedade civil, sendo um conjunto que se transforma e renova a cada ano.
A Coletiva - Feminismo interseccional e anticapitalista
A Comunidade para o Desenvolvimento Humano
Abismo Humano - Associação de Artes
Abraço - Associação de Apoio a Pessoas com VIH/SIDA
ActiBistas - Coletivo Pela Visibilidade Bissexual
AEESMAE - Associação de Estudantes da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo
AEFAUP - Associação de estudantes da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto
AEFBAUP - Associação de estudantes da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto
AEFLUP - Associação de estudantes da Faculdade de Letras da Universidade do Porto
AEFPCEUP - Associação de estudantes da Faculdade de Psicologia e Ciências da Universidade do Porto
Amnistia Internacional
AMPLOS - Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual e Identidade de Género
APi - Associação Plano i
APPGS
Associação Anémona
Associação José Afonso
ATTAC Portugal
Bears On Motorbykes
Blergh
Bloco de Esquerda
CaDiv - Caminhar na Diversidade
Caleidoscópio LGBT
CASA - Centro Avançado de Sexualidades e Afetos
Centro das Culturas
Clube Safo - Organização de defesa dos direitos de lésbicas em Portugal
Coletivo A Traça - Trans Resistência: Ativismo, Comunidade & Arte
Coletivo Clima
Coletivo Fénix
Coletivo In(Sub)Missão
ContraBANDO
Douro Bats - Associação Desportiva
Feminismos Sobre Rodas
Gentopia - Associação para a Diversidade e Igualdade de Género
GIS - Grupo de Intervenção Solidário
Greve Climática Estudantil
Grupo Transsexual Portugal
Habitação Hoje
Identidade X/Y - Grupo de trabalho LGBT do Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública
ILGA-GRIP - Grupo de Reflexão e Intervenção do Porto da Associação ILGA Portugal
Juventude Socialista
Kings of Kiteria
LIVRE
Marcha Mundial das Mulheres
MICA-me - Movimento de Intervenção Cultural e Artístico LGBT
Não te Prives - Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais
NIBA - Núcleo de Imigrantes das Belas Artes da Universidade do Porto
Núcleo Antifascista do Porto
Opus Gay (Opus Diversidades)
PAN
Panteras Rosa - Frente de Combate à LesBiGayTransfobia
Partido Humanista
Poly Portugal
Ponto Bi
Ponto Parágrafo
Porto Gay
Porto Inclusive - Comunidade e Mobilização LGBTI+
PortugalGay.PT
Projeto + Rastreio = + Vida
Queer Tropical - Coletivo de Apoio à Comunidade LGBTQI+ Brasileira em Portugal
rede ex aequo - Associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, trans, intersexo e apoiantes
Rede Portuguesa de Jovens pela Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens
Saber Compreender - Activistas Sociais
SEQSO - Somos Estudantes e Queremos uma Sexualidade sem Opressões
SexLab - Centro de Investigação em Sexualidade Humana
SheDecides
SOS Racismo
STGSSP - Sindicato dos Trabalhadores das Grandes Superfícies, Armazéns e Serviços de Portugal
Tudo Vai Melhorar (It Gets Better Portugal)
UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta
Iniciado em 2019, o Arraial + Orgulhoso do Porto é a proposta festiva pós-marcha. Tem sido no Largo do Amor de Perdição que se realiza este evento, um espaço de arte e transformação de consciências, que conta com muita animação, música, comes e bebes, e também a presença de grupos de trabalho social na cidade!
O Arraial é uma extensão da marcha, permitindo, literalmente, um maior palco para as vozes reivindicativas e sendo uma plataforma que visa priorizar artistas e atuações não-normativas. A logística do festival envolve a participação de inúmeres voluntáries, bem como o apoio por parte da divisão municipal Ágora - Cultura e Desporto do Porto.